Frases retiradas da entrevista com Aleida Guevara, filha de Ernesto "Che" Guevara:
"Eu prefiro as cooperativas que as iniciativas individuais, mas isso o povo pouco a pouco vai escolhendo, e tem que se deixar o povo escolher. O risco onde está: na consciência social. Se vive como se pensa e se pensa como se vive. Se você começa a viver só para si, para o seu bolso, você perde essa consciência social."
"Me dá pena, muita pena dessa elite. Primeiro, porque não se dá conta do povo que tem. Segundo, porque essa elite brasileira é muito artificial, foi feita num momento determinado por uma influência de capital dosEUA, diretamente. Se não sabe valorizar o que tem como povo, não tem perspectivas de desenvolvimento. Me dá pena realmente essa elite. Só cuida do seu bolso, da sua qualidade de vida, mas não se dá conta que é impossível manter isso se não há um povo capaz de a sustentar. Se esse povo é maltratado, humilhado e, além do mais, manipulado e enganado, um dia tomará consciência disso. Quando o povo unir esse poder que tem, veremos o que acontecerá com essa elite brasileira."
"A primeira vez que vim ao Brasil disse que não é possível que um país tão rico, com tanta riqueza econômica, tenha uma criança passando fome nas ruas. Não é justo, não é admissível. Depois pensei, o povo tem que decidir entre morrer de fome ou morrer tentando mudar essa realidade, isso é uma decisão do povo. Você pode dizer "isso é o que fala uma mulher que tem leitura social diferente, que tem certo nível intelectual, que é uma profissional, que participa do Partido Comunista, isso faz com que ela pense isso". Fui ao sul do país, no Rio Grande do Sul, e conheci uma mulher simples do povo, não tinha segundo grau, não tinha minha ideologia. Havia nascido aqui, não em Cuba. Essa senhora era integrante do MST e disse exatamente o que eu havia dito, e ainda mais, fez disso realidade: morreu defendendo um pedaço de terra para dar alimento a seus filhos. Por isso não importa a ideologia, nem o nível cultural, nem de onde você vem. Importa que somos todos seres humanos e precisamos viver com dignidade. Chega um momento em que o povo diz "basta!" e começa a marchar. Esse momento inevitavelmente vai chegar."
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